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No dia 28 de setembro de 2020, ficou concluída a criação da nova cátedra de investigação Lindley Cintra na Universidade Marie Curie-Skłodowska (UMCS), em Lublin.
Este protocolo de cooperação entre o Camões I.P e a UMCS visa apoiar a investigação em linguística portuguesa, área que conta com vários especialistas nesta Universidade, entre eles, a professora catedrática, Prof.ª Doutora Barbara Hlibowicka-Węglarz, diretora do único Centro Camões na Polónia. Será também a Prof.ª Doutora Barbara Hlibowicka-Węglarz a assumir a direção desta nova cátedra.
Dr. Luís Cabaço - Embaixador de Portugal na Polónia:
“Estou muito feliz que a Cátedra Lindley Cintra tenha sido estabelecida aqui, na Universidade Marie Curie-Skłodowska, onde, desde 2005, funciona, de forma muito dinâmica, o único Centro de Língua Portuguesa Camões na Polónia. A criação desta cátedra parece-me, portanto, uma continuação lógica do trabalho de difusão do português, que aqui tem vindo a ser desenvolvido, e irá permitir reforçar a prática da investigação, o que constitui um dos objetivos da atuação do Camões I.P. Esta nova colaboração surge de uma vontade mútua de aprofundar a investigação no domínio da linguística portuguesa, seguindo o exemplo do exímio linguista, o professor Lindley Cintra, que dá nome à cátedra. Votos de altos feitos académicos é o que desejo à equipa desta nova cátedra de estudos do Camões I.P. na Universidade de Marie Curie-Skłodowska”.
Prof.ª Doutora Barbara Hlibowicka-Węglarz - Professora catedrática da Universidade Marie Curie-Skłodowska e Diretora do Centro Camões em Lublin:
“Estamos muito gratos pela confiança em nós depositada pelo governo português, através do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua. A criação desta cátedra será um apoio valiosíssimo para a atividade investigativa do departamento de estudos portugueses na área da linguística portuguesa. Permitirá também, sem dúvida, que mais estudantes se decidam a enveredar pela área da linguística na Universidade Marie Curie-Skłodowska”.
Luís Filipe Lindley Cintra, que dá nome à catédra, foi um dos mais importantes linguistas portugueses. Toda a sua atividade científica foi desenvolvida na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se licenciou e doutorou em Filologia Românica (respetivamente em 1946 e 1952) e onde exerceu toda a sua atividade docente, de assistente (1950-1960) a professor extraordinário (1960-1962) e catedrático (de 1962 até à morte). Criador do Departamento de Linguística Geral e Românica da FLUL e reformador do Centro de Estudos Filológicos. Como investigador, dava pouca importância à teoria e preferia-lhe a análise dos dados. Foi um dos integrantes nas equipas de linguistas que recolheram os materiais para o Atlas Linguístico da Península Ibérica. Para tal, o urbano Cintra percorreu as províncias de Portugal em 1953 e 1954 e assim “conheceu o povo”, o fato que abriu para ele os novos caminhos de investigação, como dialetologia e etnografia. É possível destacar dois grandes campos de investigação pessoal: as origens da língua portuguesa e o espaço da língua portuguesa.